Desde a morte do tecladista Luiz Schiavon, no último dia 15 de junho, o RPM não havia se pronunciado sobre a sua agenda de compromissos. A banda vinha divulgando uma série de singles (sendo o mais recente “Promessas”, disponibilizado no início do mês) e realizando shows pelo país.
Entre julho e outubro, o grupo tem, até então, cerca de nove apresentações marcadas em locais de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. As datas estão mantidas, de acordo com comunicado publicado recentemente.
Uma nota divulgada nas redes sociais traz Fernando Deluqui (guitarra/voz), Dioy Pallone (baixo/voz) e Kiko Zara (bateria) lamentando a morte do amigo e o momento delicado. Eles ressaltam que o tecladista gostaria de vê-los continuando com as atividades, por isso, optaram por cumprir todos os eventos previamente agendados.
“Pessoal, ainda estamos vivendo e trabalhando este luto: a perda do Schia. Por isso ficamos, de uns dias para cá, sem um posicionamento, apenas absorvendo e refletindo a realidade. Lógico que o RPM, como instituição , está atravessando um momento muito triste e delicado com a passagem recente do nosso tecladista e membro fundador, Luiz Schiavon. Além de grande Amigo, ele era uma pessoa muito querida por todos. Mesmo sem essa peça extremamente importante da nossa banda, temos o dever de cumprir a agenda de shows divulgada anteriormente, data por data, pois assim era o desejo também de nosso parceiro. Deixamos claro que vamos honrar nossos compromissos com os contratantes e com todo o público dessas cidades, missão esta que nos foi dada pelo próprio Luiz Schiavon. Ele realmente gostaria que fizéssemos esses shows e entregássemos nosso melhor, pois até poucas semanas atrás fazíamos planos com ele que, apesar de estar em tratamento e cuidando da saúde, sempre participava de todos os assuntos e decisões.”
Não há confirmação de quem irá substituir Luiz Schiavon na estrada. Em 2022, ele esteve ausente das performances, com músicos como Luis “Gus” Martins, Jo Borges e Tato Andreatta ocupando a sua função. Chegou a chorar no palco durante a apresentação que marcou seu retorno, em novembro último, na cidade de São Carlos.
RPM – Agenda de shows 2023
14/07 – São Pedro, SP
28/07 – Senador Firmino, MG
02/09 – Elói Mendes, MG
13/05 – Piracema, MG
27/05 – São Gonçalo do Sapucaí, MG
01/07 – Rio Manso, MG
27/07 – Carmo do Paranaíba, MG
05/08 – Córrego Fundo, MG
07/10 – Carlos Barbosa, RS
Luiz Schiavon e RPM
Nascido em São Paulo no dia 5 de outubro de 1958, Luiz Schiavon foi o compositor melódico da maioria das músicas do RPM. O grupo, completo em sua formação clássica por Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo “P.A.” Pagni (bateria), tornou-se um fenômeno de popularidade nos anos 80 ao vender milhões de cópias com os álbuns “Revoluções por Minuto” (1985) e “Rádio Pirata Ao Vivo” (1986).
O quarteto se separou por duas vezes ainda na década de 80: rompeu em 1987, desfrutando do auge do sucesso, para voltar novamente no mesmo ano, lançar o álbum “Quatro Coiotes” em 1988 e acabar em 1989. Um retorno entre 1993 e 1994 para o disco “Paulo Ricardo & RPM” não contou com Schiavon, à época envolvido com projetos de dance music.
Já no século 21, o RPM clássico se reuniu em duas ocasiões: entre 2001 e 2003, gerando o álbum ao vivo “MTV RPM 2002”, e em 2011, o que rendeu o disco “Elektra” (2012). Um trabalho intitulado “Deus ex Machina”, com produção de Lucas Silveira (Fresno), chegou a ser gravado entre 2014 e 2015. No entanto, o projeto foi descartado e Paulo Ricardo voltou a se dedicar à carreira solo, saindo em 2017 e tendo na sequência uma batalha judicial contra os ex-integrantes, em relação ao uso do nome do grupo. Desde então, o RPM se manteve ativo com Dioy Pallone nos vocais e baixo e lançou uma série de singles.
Além da banda que o consagrou, Schiavon desenvolveu diversas trilhas sonoras para novelas da TV Globo no período entre 1996 e 2002. Dirigiu ainda a banda do programa “Domingão do Faustão” de 2004 até 2010. Outros de seus trabalhos podem ser conhecidos em seu site oficial.
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