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  • Foto do escritorLuan Radney

Canisso, baixista do Raimundos, morre aos 57 anos


Músico foi hospitalizado após sofrer queda em decorrência de um desmaio, mas causa da morte ainda não foi divulgada.


O baixista Canisso, conhecido pelo trabalho com a banda Raimundos, morreu nesta segunda-feira (13) aos 57 anos. A informação foi confirmada por familiares do músico e pelo empresário do grupo, Denis Porto, ao G1.


Canisso fez parte do Raimundos da fundação da banda em 1987 até 2002, quando saiu pouco tempo após o vocalista Rodolfo Abrantes ter deixado a formação. Ele, que chegou a integrar o Rodox com Abrantes no período em sequência, retornou ao grupo que o consagrou em 2007, sendo um dos integrantes com maior tempo de permanência além do vocalista e guitarrista Digão.



Canisso e Raimundos


José Henrique Campos Pereira, o Canisso, nasceu em 9 de dezembro de 1965, na cidade de São Paulo. Sua família se mudou para o Rio de Janeiro quando ele tinha 9 meses de idade, indo para Brasília em seguida quando o então garoto tinha 3 anos. Ele residiu na capital federal até a adolescência.


Após um período em São Paulo, retornou a Brasília, cidade onde o Raimundos foi criado em 1987. Com influências do punk rock e da música nordestina, o grupo se consolidou com Rodolfo Abrantes nos vocais, Digão na guitarra e Fred na bateria, além de Canisso no baixo.



Ao longo da década de 1990, o Raimundos se tornou uma das maiores bandas de rock do Brasil. Discos como a estreia homônima de 1994, “Lavô Tá Novo” (1995) e “Só no Forévis” (1999) venderam milhões de cópias, rendendo hits como “Mulher de Fases”, “A Mais Pedida”, “Me Lambe”, “Eu Quero Ver o Oco”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, “Selim” e “Puteiro em João Pessoa”.


Em 2001, Rodolfo Abrantes converteu-se religiosamente, deixando a banda no ano seguinte. Inicialmente, Canisso permaneceu, mas após o lançamento do álbum “Kavookavala” (2002), já com Digão nos vocais, optou por sair.


O cantor original do Raimundos e o baixista tocaram juntos no Rodox, banda de sonoridade até mais pesada que a do projeto anterior, mas com letras mais sérias. A iniciativa rendeu dois álbuns e foi encerrada em 2004, após Abrantes migrar de vez para a música gospel.


Em 2007, após um período com sua vaga sendo ocupada por Alf (Rumbora), Canisso voltou para o Raimundos. Desde então, a banda não produziu tanto material inédito (o único álbum desde seu retorno, “Cantigas de Roda”, saiu em 2014), mas rodou pelo Brasil com milhares de shows.


Nos últimos anos, o Raimundos tem sido alvo de críticas após posicionamentos políticos manifestados por Digão, que chegou a comparar a situação de pandemia no Brasil com “amostra grátis de comunismo”. Canisso chegou a dizer em entrevistas que a banda estava suspensa por toda a confusão, que também se desencadeou em provocações do frontman a outros músicos brasileiros como Tico Santa Cruz (Detonautas Roque Clube) e João Gordo (Ratos de Porão), mas também saiu em defesa do colega ao dizer que, apesar do erro, uma retratação foi publicada.


Nos últimos meses, o Raimundos seguiu fazendo shows. Uma das últimas apresentações aconteceu no último mês de janeiro ao lado do tributo ao Charlie Brown Jr, no Rio de Janeiro. Canisso também tinha compromissos solo, o último deles em um bar na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina.



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