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Foto do escritorLuan Radney

Conar arquiva processo contra publicidade com Elis Regina



Advogado entrou com ação alegando que a cantora não poderia reivindicar o uso da própria imagem feita através de inteligência artificial.


O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) arquivou a ação contra a Volkswagen por conta da publicidade que celebra 70 anos da implantação da empresa no Brasil. O vídeo usou inteligência artificial para unir Elis Regina e sua filha, Maria Rita. As duas protagonizaram uma interpretação de “Como Nossos Pais”, música de Belchior que fez sucesso na voz da primeira na década de 1970.



Na obra, Maria Rita aparece dirigindo uma ID.Buzz, versão moderna e 100% elétrica da Kombi. De repente, sua mãe surge ao lado, conduzindo a primeira edição do veículo. Outros automóveis conhecidos da empresa, como Fusca e Brasília, também se juntam à comemoração.


A abertura do processo havia ocorrido no início do mês passado, motivada por denúncia feita pelo advogado Gabriel de Britto. O profissional argumentava que Elis, já falecida, não poderia reivindicar o uso da própria imagem.


Em nota oficial enviada à imprensa, o órgão destacou:

“O colegiado considerou, por unanimidade, improcedente o questionamento de desrespeito à figura da artista, uma vez que o uso da sua imagem foi feito mediante consentimento dos herdeiros e observando que Elis aparece fazendo algo que fazia em vida.”


Conar, inteligência artificial e “deepfake”


Em relação ao uso da técnica conhecida como “deepfake”, o Conar ressaltou a ausência de regulamentação específica em vigor. No entanto, deixou claro ter considerado diversas recomendações de boas práticas existentes sobre o tema.


“A transparência é princípio ético fundamental e, no caso específico, foi respeitada, reputando que o uso da ferramenta estava evidente na peça publicitária.”

A técnica, que usa inteligência artificial, permite criar adulterações realistas com o rosto de pessoas. Uma atriz dublê foi usada para se passar por Elis dirigindo o veículo. O rosto da cantora foi inserido por meio de uma tecnologia de reconhecimento facial. A edição recorre a uma tecnologia de redes neurais artificiais, que une o rosto da dublê à imagem da artista, cuja voz original é reproduzida no áudio.



A agência AlmapBBDO ficou responsável pela criação, com produção da Boiler Filmes. Dulcidio Caldeira assina como diretor. Uma empresa americana especializada, com projetos em Hollywood, cuidou da pós-produção.


Sobre Elis Regina


Nascida no dia 17 de março de 1945, em Porto Alegre (RS), Elis Regina gravou 18 álbuns de estúdio e 12 ao vivos, se tornando uma das vozes mais icônicas da história da música brasileira. Vendeu cerca de 4 milhões de cópias de seus discos em vida, número que se multiplicou inúmeras vezes após a morte.






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